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Analise do filme 1984 conforme as teorias marxistas




Marx foi responsável por um enorme impacto nos meios intelectuais desde o século XIX com sua teoria e análise sobre a sociedade capitalista e suas contradições. Baseados nesta teoria, iremos analisar o filme “1984”, que é uma segunda adaptação cinematográfica (feita por Michael Radford) do livro de mesma autoria feito por George Orwell.
O filme, como mencionado anteriormente, é baseado em livro, porém
é visionário(publicado em 1949), fazendo alusão a tendência futurística do stalinismo por um regime autoritário que faz uso de tortura, ce. Discute a dominação do proletariado nsura e dominação ideológica para controlar as camadas sociais mais pobres.
Ideologia é um dos conceitos de Marx, que mais observamos no filme, logo no inicio temos um exemplo:
“Esta é a nossa terra
Uma terra de paz em abundancia”
Algo importante neste fragmento é que o conceito de paz, ideologicamente, para o povo da Oceania é diferente do nosso, pois o lema do Partido(a camada que detêm o poder) é:
“Ignorância é força
Guerra é paz
Liberdade é escravidão.”
Segundo Marx, a ideologia nasce quando surge a divisão entre trabalho intelectual e manual, ou seja, com o surgimento da sociedade de classes, que permite tal divisão. Na sociedade do filme, haviam 3(três) classes:
1-Partido interno: conhecido como “o partido”. Viviam muito bem, em quartos espaçosos, possuíam empregados, boa comida, bebida e transporte rápido.
2-Parte exterior: fazia o trabalho administrativo do Estado, sendo constantemente vigiados pelo governo(o partido), com intuito de evitar desarmonia no sistema explorador então vigente.
3-Proles: a classe mais baixa de trabalhadores, embora sejam 85% da população, o governo não se preocupa com estes se revoltarem contra o sistema, pois possui o total controle deles, usando de ideologia e medo.

Assista o filme completo e dublado clicando aqui

Percebemos então outro conceito de Marx: a base material ou econômica constitui a "infraestrutura" dessa sociedade, que exerce influência direta na "super-estrutura", ou seja, nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época.
A respeito dessa sociedade de classe e a não preocupação do governo em relação à prole e revoltas contra o sistema. Há uma disparidade com a teoria marxista, que afirma que:

“o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionaria, as classes médias combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como classes medias. Não são, pois, revolucionarias, mas conservadoras, mais ainda reacionárias.O movimento proletário é o movimento independente da imensa maioria em proveito da imensa maioria”



Marx, quer dizer que a classe media não tem porquê ser revolucionaria, não teria tanto a ganhar como a classe social que é a maioria e detêm a menor parte da riqueza da sociedade. Podemos reforçar esse pensamento de Marx, com uma frase de uma pessoa do filme cujo a identidade é sigilosa:
“Se existe esperança
Esta, se encontra no proletariado
Se eles puderam conscientizar-se de sua força
Não seria necessário que conspirassem”.
Havia, de fato, muitos conspiradores, mas o governo agia de forma rápida e fazia um tipo de lavagem cerebral, fazendo a pessoa “infratora” acreditar que estava doente mental, acreditar ter sido curado pelo partido e, por fim, adorar o governante chamado de “Big Brother”(Grande Irmão). Porém o pensamento da maioria da população era como o de Parsons, um homem, provavelmente proletário, que afirmar que: “Os proletários são animais”.
Nesse contexto de luta de classes observamos a dialética marxista, que afirma que a contradição é o motor da história. Mostrando que a sociedade atual será extinta por causa de suas próprias contradições. Conceito que diz respeito ao filme em análise, pois temos como tese: o partido, como antítese: o proletariado e como síntese uma mudança radical no sistema de classes vigente, em outras palavras, uma revolução. Naquela sociedade há muitas contradições: uma minoria possuindo quase toda riqueza; a sujeição e dominação da grande maioria da população pela minoria; a alienação existente na sociedade. E essas contradições podem ser superadas, pois no seu conceito sobre dialética, Marx afirma que: “tudo evolui”.
Como mencionado anteriormente, há alienação no sistema de classes do filme, para Marx ela está diretamente ligada ao trabalho. O proletário fica restrito a sua função fragmentada no local de trabalho, ao invés do homem ter prazer em produzir, se sente escravizado. O homem troca o “ser” pelo “ter”. Passa 2/3 de sua vida produzindo o que não vai consumir, se produz chocolate, não vai consumir, ou seja, ele está produzindo o seu salário para ser consumidor( de um tipo alienado). O trabalhador passa a ser alienado, escravo de sua função, e também, o capitalista que também é escravo de sua função. No livro “Trabalho assalariado e capital”, Marx disserta a cerca de alienação:
“O que o trabalhador produz para si mesmo não é a seda que tece, nem o ouro que extra da mina, nem o palácio que constrói. O que produz para si mesmo é o salário. O proletário só existe em relação ao capital”.

De acordo com a teoria marxista, a única diferença entre o trabalhador e os animais, é a atividade do homem para ganhar capital.





As cenas em que o protagonista, após ser persuadido para aceitar o regime, diz estar curado( como todos que são persuadidos) e diz que ama o “Grande Irmão” releva um caráter ideológico e alienante daquela sociedade.



Referencias Bibliograficas


Marx, Karl. 2001 Manifesto do partido comunista. São Paulo: Martin Claret.
______. O Capital. 1989 São Paulo: Abril Cultural
Quintaneiro, Tânia. 2003 Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber
Belo Horizonte, 2-edição
Verges, André. Histoire des Philosophes- illustreé par les textes- traduzido do francês por Lélia de Almeida Gonzáles- 3 edição- Livraria Freitas Bastos S.A 1984,
Revista Espaço Acadêmico – Nº61 – Junho/2006 – mensal – ISSN 15196186
Salatiel, José Renato. Contribuição original à filosofia de Hegel. Disponível em: .uol.com.br>. Acesso em: 29 de dezembro de 2009.
Orwel, George. 1984. Editora Nacional -2003

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